quarta-feira, 26 de agosto de 2015

esse Silva se chamou Adílio um dia...


onde era só mais um silva
céu sem estrelas, sem aquela luz que guia
infância com poucos brinquedos, 
mais um criado pelo amor da tia,

sobrenome comum d'uma família,
lembra do pai q não tinha
puxou quem?ning sabia
ollhos da mãe, nariz do pai
comparar, era o que restava,
sim, só deduzia

faltava-lhe o interesse
estímulos perecia
matemática, história, geografia
sucumbiam, 
contexto chato 
encontrou: morfologia, 
se misturando aos necessários
que faltavam, no bolso daquela tia

restavam os desenhos,
viv'o herói d'essa mitologia
recriminado, deixava de lado
o amor pelas grafias,
escola sem sentido na rotina
entrou pro crime como terapia
e renda fixa

mãe-tia a fé em deus
orando todo santo dia
pedindo luz aos céus
pra iluminar os trilhos
desse silva, agora, cria

a esperança um dia morre,
prisão foi consequencia
desse trampo, desse corre
a tia mãe sim mãe tia forte
acreditava que um dia o silva
iria ter um norte

mas teve porte,
quase 10 ano em cana
ideia de morte, não aprendeu
com o castigo, sim,
mas er'um rapaz forte

em nome da família,
o que era cria, agora percorria 
a zona norte,
vendia doces, salgados
um som comprado, 
a recompensa, haja sorte, 
q honestamente do suor
comprou o q conforte

sistema carcerário
curso de como agir errado
sistema mal usado
na base o preconceito
iludem o povo
com conceito errado
botando uns 30 cara
método quadrado
acham que tempo de cadeia
é solução pros fatos

agora o ambulante
que havia estipulado
se sentia responsável
quis sustentar o barraco
sem grana de bagulho errado
na ideia a barbearia
etilizando vários penteados
no crime, só mais um passado

desfigurado, 
a luz que guia a sorte
do pobre coitado,
nesse seu novo corre
tropeçou em fatos
dilacerada mente
por vagões regidos 
a contratos,
e nesse caso o que
importou seria o atraso

e o favelado,
até quando? sim, mascarado
impondo as fardas
pré conceito
julgam:
"ele tá errado,
"é só um vagabundo,
põe mais um pro saco"
e a mídia ocupa com bundas
pra preenxer o espaço

e o corpo exposto,
olha lá o maltrato
pra ganhar emoção
só cum joão hélio
ali no lado 
e olha lá, há risco de julgar errado
"o pobre preto maloqueiro ao lado do futuro agonizado"

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

[ rima do dia ]


as vezes não sei s'é admiração
ou s'é inveja pra tanta correria
em chão, 
de terra batida, quente de dia
a noite esfria, marcas de um sonho
q não quer virar estigmas
sutura cicatriz pra cada 
fiu, enquadrado na esquina

o preconceito estampa
a face branca preparada
creme contr'os pé de galinha
pesticida, agarrada 
na dita cuja, tal de burguesia
das tia q tem nojo das 
verdura exposta na banca,
rotina, 

sacola pesada, 
na conta das nordestinas, 
e a cara emburrada
se os magrim artista
encantam suas filha

branco pra noiva classe A
pros pobre né gran fina
roupa de trampo diário, 
em casos de família, 
limpando baba dos
playboy, segregação anuncia

e vão fingir
na zona sul há de haver 
o ar bom ar racista
pra disfarçar toda essa merda
após um "a la carte" de hipocresia
conspiração divina

só santo branco na bancada
os preto vira heresia
demonizando 
a cultura afro
ignorando sabedoria
disseminando a discórdia
amor negado todo dia
testamento no braço
salvação ou fila da agonia

terça-feira, 4 de agosto de 2015

rima da estrada


simplicidade, meta a conquistar
camisa ganesha rasgada, 
bermuda velha furada,
a havaiana mais barata
como par

suficiente para mochilar
desde já prensada,
caminho, na beira da estrada
companhia marcada
menina linda, morena do mar

cachos cor de jabuticaba,
olho pra trás e a foto é tirada
atras da canon
um sorriso lindo marca
a caminhada

mais uns quilômetro
chegamos no encontro
se liga no encanto
assim disse o índio
"encontrem seu próprio canto"
não perca o ponto
("o amor, o amor que eu sinto por vocêêê")

pedras energizadas,
a mente na função, 
equilibrada
andando pela base da 
pedra riscada

o rio nos aguarda, 
água doce, sim, abençoada
fuga da babilônia
oxum trata o equilibrio
de todos os chakras
assim semeia a graça

bacharelado em baseado 
preparado, 
ensina o que se aprende, 
aprendendo ensinamentos, 
contra a vibe errada 
o corpo tá fechado.

do in natura faço o aliado,
e os meus perrengues
caem pelo ralo abaixo
desse encontro
pedra, rio, sol e mato

dezenas de palavras
expressam 
infinita mente
humilde versos
descritos
jogados na corrente

pros que entende
pros que só sente
pros que não mente
pra minoria represento
a voz do louco inconsequente

que se desprende
a cada vez que sol acende
a paz se faz presente
pôr do sol meditação
assim que Jah se faz presente