onde era só mais um silva
céu sem estrelas, sem aquela luz que guia
infância com poucos brinquedos,
mais um criado pelo amor da tia,
sobrenome comum d'uma família,
lembra do pai q não tinha
puxou quem?ning sabia
ollhos da mãe, nariz do pai
comparar, era o que restava,
sim, só deduzia
faltava-lhe o interesse
estímulos perecia
matemática, história, geografia
sucumbiam,
contexto chato
encontrou: morfologia,
se misturando aos necessários
que faltavam, no bolso daquela tia
restavam os desenhos,
viv'o herói d'essa mitologia
recriminado, deixava de lado
o amor pelas grafias,
escola sem sentido na rotina
entrou pro crime como terapia
e renda fixa
mãe-tia a fé em deus
orando todo santo dia
pedindo luz aos céus
pra iluminar os trilhos
desse silva, agora, cria
a esperança um dia morre,
prisão foi consequencia
desse trampo, desse corre
a tia mãe sim mãe tia forte
acreditava que um dia o silva
iria ter um norte
mas teve porte,
quase 10 ano em cana
ideia de morte, não aprendeu
com o castigo, sim,
mas er'um rapaz forte
em nome da família,
o que era cria, agora percorria
a zona norte,
vendia doces, salgados
um som comprado,
a recompensa, haja sorte,
q honestamente do suor
comprou o q conforte
sistema carcerário
curso de como agir errado
sistema mal usado
na base o preconceito
iludem o povo
com conceito errado
botando uns 30 cara
método quadrado
acham que tempo de cadeia
é solução pros fatos
agora o ambulante
que havia estipulado
se sentia responsável
quis sustentar o barraco
sem grana de bagulho errado
na ideia a barbearia
etilizando vários penteados
no crime, só mais um passado
desfigurado,
a luz que guia a sorte
do pobre coitado,
nesse seu novo corre
tropeçou em fatos
dilacerada mente
por vagões regidos
a contratos,
e nesse caso o que
importou seria o atraso
e o favelado,
até quando? sim, mascarado
impondo as fardas
pré conceito
julgam:
"ele tá errado,
"é só um vagabundo,
põe mais um pro saco"
e a mídia ocupa com bundas
pra preenxer o espaço
e o corpo exposto,
olha lá o maltrato
pra ganhar emoção
só cum joão hélio
ali no lado
e olha lá, há risco de julgar errado
"o pobre preto maloqueiro ao lado do futuro agonizado"