segunda-feira, 17 de agosto de 2015

[ rima do dia ]


as vezes não sei s'é admiração
ou s'é inveja pra tanta correria
em chão, 
de terra batida, quente de dia
a noite esfria, marcas de um sonho
q não quer virar estigmas
sutura cicatriz pra cada 
fiu, enquadrado na esquina

o preconceito estampa
a face branca preparada
creme contr'os pé de galinha
pesticida, agarrada 
na dita cuja, tal de burguesia
das tia q tem nojo das 
verdura exposta na banca,
rotina, 

sacola pesada, 
na conta das nordestinas, 
e a cara emburrada
se os magrim artista
encantam suas filha

branco pra noiva classe A
pros pobre né gran fina
roupa de trampo diário, 
em casos de família, 
limpando baba dos
playboy, segregação anuncia

e vão fingir
na zona sul há de haver 
o ar bom ar racista
pra disfarçar toda essa merda
após um "a la carte" de hipocresia
conspiração divina

só santo branco na bancada
os preto vira heresia
demonizando 
a cultura afro
ignorando sabedoria
disseminando a discórdia
amor negado todo dia
testamento no braço
salvação ou fila da agonia

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