quinta-feira, 24 de setembro de 2015

ah, esse mar...



ah, esse mar
por traz 
seu olhar
me faz,
aprumar
embarco...

num barquinho,
velho casco
vaga, vou remando
longe, pelo horizonte
ar

pra respirar,
valorizar, pensar
as vezes o vento vem
seguro as pontas
e quando o vento vai
espero a lua
brilhar

ah, esse mar
minha segunda casa
mesmo que a chuva venha
lacrimejar
é tudo água
deságua

mistura do doce
e salgado,
equilibra 
surfistas em pranchas
dropam suas ondas
e nesse barquinho
faço uma canja
viola, papel e caneta
esbanja
salve Iemanjá
seus braços 
me alcança

natureza que educa
ensina, enfatiza amar
mesmo quando esse barquinho
balança
um lençol velho
segura o ar
enquanto o gatim, fiel 
escudeiro, relaxa e se acalma
com esse horizonte que tá 
pra chegar 

ah, esse mar
que traz,
seu olhar
me faz inspirar
viajar...

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

quietude



sou quieto e fico no meu canto
quando me vejo tomado pelo incerto
ou envolto de engano
pra uns observar e absorver
acaba sendo um dom
pra mim, depende do dia
do clima e de cada situação
entre olhares regados,
encontro mensagens
que escondem segredos,
desejos,anseios,
e muita curiosidades
n'olhar com brilho,
seco, cisco, vejo vaidade
o ego pulsa, o absurdo
é se olhar pra baixo
o efeito é um estímulo
dá continuidade,
defeito vira um inimigo,
se abusar da arte
acompanhado ou solitário
restrições não cabe
questionamentos
pela mente, passeando
a tarde, a impressão
clara que fico
é s'isso tem verdade
ou é somente uma mentira
inconsciência, sabe?
as vezes é o dom que vira sina
de bobo à maldade.
o fone alto no ouvido
tem explicação,
além de manter o
equilíbrio,
prende minha atenção
filtrando o que vejo
e sinto, parte da
meditação
no silêncio o abrigo
fecho os olhos
pra buscar o tom

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

rima do dia

a rima do dia é dedicada a todos os faladores que passaram, passam e passarão pelo mesmo caminho que "yo". ah..e surpreso tbm com algumas visitas nesse recinto, na verdade era pra ser um blog secreto, mas, utópico seria mantê-lo sozinho nesse mar de redes, por isso,  não reparem a bagunça, as faltas de "s" e o constante neologismo. fugir dos padrões, no meu caso, é uma arte ;)

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"falei que seria assim
eu disse, eu avisei
num lembra? eu sei
o que sempre rola no fim
das conta, eu sei!"

quando começa com esse papo
é automático, vou me achegando para os lados
oposto daqueles que tem mania
de sabedoria plena em tudo
em quase tudo e por todos

a prepotência,
energia carregada
daqueles que pensam
ou acham que pensam
aponta o dedo, opina em
tudo,
atravessão experiências

pra isso resta a intolerância
como consequência,
parcero, se liga a vida tbm
tem suas coincidências,
cê só sabe o q sente e ponto
sim, só eu sei da minha existência

abro caminho pros espíritos
com competência,
respeito, humildade,
tão incluídos nos sentidos
da minha consciência

papo de existência,
reina inconsciência,
sintonizando os megaherts
nessa mais pura frequência

só o que vale é minha competência
maturidade, tipo acumulando experiência,
habilidade
d'individualidade
nessa coletividade
é a minha essência

na fumaça de incenso
me embalo, na viagem
ganjah, os 4 elementos
ativam os 7 chakras
baseado na leitura,
o que penso
mantendo o senso
interpretando a
falta de responsa
no consenso

respeito e penso
por isso valorizo
todo e bom silêncio.
tímido louco
maconheiro
calço o meu chinelo
sou passageiro
no vagão do mundo
e seus mistérios.


terça-feira, 15 de setembro de 2015

se expirando...



um solitário aventurando-se 
no mundo dos relacionados.

estranha e é estranhado, 

se sente como um ser qualquer, 
fora de seu espaço habituado
bicho do mato, a correria assusta por metro quadrado.
fumaça cinza, a tal buzina, avisa aos desavisados

"não atrapalhe a minha rotina, chega de cuidado!"

amor que corre, escorre e respinga, 
baumam lança a profecia, bem bolado
sorriso que disfarça a retina
tem mais três ali no lado
é quantidade, tipo cocaína
quanto mais, ego resina
"pra que qualidade?" justifica um estigmatizado

que entram numa dependência crítica
motivos destilados em doses de pinga
nos botecos, esquinas, nas ondas
que desequilibram até um equilibrado
no baseado, o solitário controlando atos
fatos sugados do inconsciente, 
consequente a mente de tá tudo errado.

cada elogio, por prato lavado,
o ralo entope, cheiro podre 
não esconde a raiva do que havia elogiado
o imediatismo por todos os lados
mudam pessoas boas,
calmaria é coisa pra quem tá fumado

que não sabe s'enfrenta
simplesmente, se ausenta
por isso, dispensa,
constrói muros pra toca
da sua consciência
respira e pensa
arte contra demência
e os relacionamentos 
só com sorte e paciência

e a validade depende da vaidade
até da idade, do que ascende, 
lua, saturno e marte, "sente?"
alguns entraves, 
pra vibe boa perdurar
por mais algumas fases
como num jogo sem start
tudo no hard, a fome passa
ainda resta a médium
que identifica um erro 
e arma aquele passe

porque pro espírito não tem disfarce
contexto esquecido, 
grito na beira de um precipício
isso agora é o que mais vale
o dom que vira sina
nível do estresse determina
o que difere, 
sábio de um kamikaze

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

ri-medo


até quando?

30 tá chegando

dúvid'aumentando

eu paralizado
e o mundo ae girando

nada funcionando

trampo só e ponto

sensação diária
ânsi'alimentada
tempo vai passando

cansaço aumentando

disposição falhando

escrita, vira terapia
pra saúde sem um plano

e a família,                                 
lembrança na cabeça ativa

saudade fixa, 
da mãe, do irmão,
do pai que fica

na espectativa

de cê ter uma boa vida

ser consumista
conforto gera alegria

sabedoria da moça na gira

absorvida, exposta
escreve tudo numa lista

a ilusão tá no apego

assim diz um budista
expira
inspira

a paciência é a chave da sabedoria